Preço alto por Marcos Nobre DESDE O PRIMEIRO governo FHC, o eleitorado decidiu colocar o PT como um dos polos da política brasileira. Depois do trauma do mensalão, em 2005, Lula decidiu aceitar as regras do jogo postas por seu antecessor. Só que o PT não estava disposto a se tornar um gestor político de tipo tucano e terceirizou a tarefa -para o próprio Lula, no caso.O arranjo -de psicologia política, por assim dizer- foi então mais ou menos o seguinte. Posto de joelhos depois do mensalão, o PT engoliu tudo o que um Lula em pânico do impeachment lhe enfiou goela abaixo. Ao mesmo tempo em que pôs nas costas de Lula todo o ônus por fazer o jogo mais rés-do-chão da política tradicional, o PT escorou-se na popularidade do presidente e se colocou como vítima fiel do seu necessário pragmatismo da governabilidade.Afinal, do outro lado estavam os inimigos. E, apesar de tudo, ainda havia espaços de poder para implementar algumas das bandeiras tradicionais do partido. E, não me nos importante,