
Dia desses mandei e-mail para os três senadores que representa São Paulo, no congresso com o seguinte questionamento.
SAUDAÇÕES CORDIAIS
PRECISAMOS SABER QUAL SUA POSIÇÃO QUANTO AO CASO RENAN CALHEIROS
Hoje obtive a resposta do Senador Eduardo Suplicy – PT.
Ribeiro,
Embora o e-mail fosse dirigido para o senador Mercadante envio-lhe cópia da carta de que escrevi para o jornal “Folha de São Paulo” e que foi publicada resumidamente na edição de ontem. Quero informar também que aprovamos nesta quarta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça o fim das sessões e do voto secreto. A matéria agora será julgada em plenário. Estou lutando para que sua votação seja o mais rápido possível.
abraço, Senador Eduardo Suplicy
São Paulo, 15 de setembro de 2007
Prezados Otávio Frias Filho e Renata Lo Prete:
A manchete da 1a. p. de 12.9, a nota "Coreografia" do painel da "Folha" e o registro de parte de meu pronunciamento na sessão fechada suscitaram dúvidas que precisam ser esclarecidas. Numa votação de grande responsabilidade, por exemplo, um ministro do STF jamais revelaria o seu voto na véspera da sessão em que se dará o julgamento antes de ouvir inteiramente os argumentos da defesa.
Os jornalistas da "Folha" que cobrem o Senado sabiam que há varias semanas eu vinha dizendo que queria ouvir os esclarecimentos do Senador Renan Calheiros, se possível em sessão aberta, antes de tomar minha decisão. Garantir o direito de defesa é direito consagrado em nossa Constituição. Ele afirmou inúmeras vezes que dialogaria comigo. Marcou para a terça-feira, dia 11. Fui ao seu gabinete às 19:30 e de pronto me recebeu, chamando o Líder do PMDB, Senador Waldir Raupp, que testemunhou o diálogo de mais de uma hora. Deu longa explicação, respondeu às minhas perguntas de maneira cordial e respeitosa, como sempre foi a nossa relação, e entregou-me o seu memorial sobre os fatos. O jornalista Ranier Bragon da "Folha" veio ao meu gabinete, relatei-lhe do encontro e lhe dei uma cópia do memorial. Disse a ele que iria estudar todos os argumentos ali contidos. O fiz com atenção.
No início da sessão de julgamento no dia 12, ainda aberta, ao cumprimentar o senador Renan Calheiros, disse-lhe que se ele concordasse possivelmente poderia haver uma decisão soberana do plenário para que ela se tornasse aberta. Ele respondeu bravo, dizendo que quem agora presidia a sessão era o senador Tião Viana. Em meio às questões de ordem, na parte aberta da sessão, depois de eu dizer que queria revelar o meu voto, o Presidente Tião Viana alertou-me de que isso poderia anular a sessão. Na sessão fechada fui dos últimos a falar, ocasião em que externei as razões de meu voto. Pouco antes o senador Francisco Dornelles argumentara que, com respeito à não declaração do empréstimo à Receita Federal, só poderia ser considerado como crime depois de conclusão de inquérito pela Receita Federal, o que deu margem para que alguns se abstivessem. Em minha fala, expliquei que a quebra de decoro estava não tanto na não declaração em si, que poderia ter sido, e ainda não foi, objeto de retificação com o pagamento de multa, mas na explicação dada que, "por discrição", o presidente Renan Calheiros tinha deixado de declarar e, segundo, pela apresentação de emenda na LDO de 2005 para obra no cais de Maceió, de interesse da Mendes Jr, onde era diretor o amigo que lhe prestava uma gentileza. Naquele momento deveria ter dito ao Cláudio Gontijo que agora precisava de outra pessoa para levar a pensão à mãe de sua filha. Por isso, votei sim pela cassação. Não houve, portanto qualquer coreografia naquela visita, senão a minha vontade de conhecer, olho no olho, todos os argumentos do presidente do Senado.
Respeitosamente, Senador Eduardo Matarazzo Suplicy (PT/SP)
SAUDAÇÕES CORDIAIS
PRECISAMOS SABER QUAL SUA POSIÇÃO QUANTO AO CASO RENAN CALHEIROS
Hoje obtive a resposta do Senador Eduardo Suplicy – PT.
Ribeiro,
Embora o e-mail fosse dirigido para o senador Mercadante envio-lhe cópia da carta de que escrevi para o jornal “Folha de São Paulo” e que foi publicada resumidamente na edição de ontem. Quero informar também que aprovamos nesta quarta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça o fim das sessões e do voto secreto. A matéria agora será julgada em plenário. Estou lutando para que sua votação seja o mais rápido possível.
abraço, Senador Eduardo Suplicy
São Paulo, 15 de setembro de 2007
Prezados Otávio Frias Filho e Renata Lo Prete:
A manchete da 1a. p. de 12.9, a nota "Coreografia" do painel da "Folha" e o registro de parte de meu pronunciamento na sessão fechada suscitaram dúvidas que precisam ser esclarecidas. Numa votação de grande responsabilidade, por exemplo, um ministro do STF jamais revelaria o seu voto na véspera da sessão em que se dará o julgamento antes de ouvir inteiramente os argumentos da defesa.
Os jornalistas da "Folha" que cobrem o Senado sabiam que há varias semanas eu vinha dizendo que queria ouvir os esclarecimentos do Senador Renan Calheiros, se possível em sessão aberta, antes de tomar minha decisão. Garantir o direito de defesa é direito consagrado em nossa Constituição. Ele afirmou inúmeras vezes que dialogaria comigo. Marcou para a terça-feira, dia 11. Fui ao seu gabinete às 19:30 e de pronto me recebeu, chamando o Líder do PMDB, Senador Waldir Raupp, que testemunhou o diálogo de mais de uma hora. Deu longa explicação, respondeu às minhas perguntas de maneira cordial e respeitosa, como sempre foi a nossa relação, e entregou-me o seu memorial sobre os fatos. O jornalista Ranier Bragon da "Folha" veio ao meu gabinete, relatei-lhe do encontro e lhe dei uma cópia do memorial. Disse a ele que iria estudar todos os argumentos ali contidos. O fiz com atenção.
No início da sessão de julgamento no dia 12, ainda aberta, ao cumprimentar o senador Renan Calheiros, disse-lhe que se ele concordasse possivelmente poderia haver uma decisão soberana do plenário para que ela se tornasse aberta. Ele respondeu bravo, dizendo que quem agora presidia a sessão era o senador Tião Viana. Em meio às questões de ordem, na parte aberta da sessão, depois de eu dizer que queria revelar o meu voto, o Presidente Tião Viana alertou-me de que isso poderia anular a sessão. Na sessão fechada fui dos últimos a falar, ocasião em que externei as razões de meu voto. Pouco antes o senador Francisco Dornelles argumentara que, com respeito à não declaração do empréstimo à Receita Federal, só poderia ser considerado como crime depois de conclusão de inquérito pela Receita Federal, o que deu margem para que alguns se abstivessem. Em minha fala, expliquei que a quebra de decoro estava não tanto na não declaração em si, que poderia ter sido, e ainda não foi, objeto de retificação com o pagamento de multa, mas na explicação dada que, "por discrição", o presidente Renan Calheiros tinha deixado de declarar e, segundo, pela apresentação de emenda na LDO de 2005 para obra no cais de Maceió, de interesse da Mendes Jr, onde era diretor o amigo que lhe prestava uma gentileza. Naquele momento deveria ter dito ao Cláudio Gontijo que agora precisava de outra pessoa para levar a pensão à mãe de sua filha. Por isso, votei sim pela cassação. Não houve, portanto qualquer coreografia naquela visita, senão a minha vontade de conhecer, olho no olho, todos os argumentos do presidente do Senado.
Respeitosamente, Senador Eduardo Matarazzo Suplicy (PT/SP)
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