Com as alterações promovidas pela
Reforma Eleitoral 2015 (Lei nº 13.165), os candidatos aos cargos de prefeito e
vereador nas eleições municipais deste ano deverão ficar atentos aos limites de
gastos durante a campanha eleitoral. As tabelas com os valores por município
estão anexadas na Resolução n° 23.459, situada no link “normas e documentações”
das Eleições 2016, disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“O teto máximo das despesas será
definido com base nos maiores gastos declarados na circunscrição eleitoral
anterior, ou seja, nas Eleições Municipais de 2012”, explica Eron Pessoa,
assessor-chefe da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias
(Asepa/TSE).
Segundo a norma, no primeiro
turno do pleito deste ano o limite será de 70% do maior gasto declarado para o
cargo de prefeito ou vereador em 2012, na circunscrição eleitoral em que houve
apenas um turno. Nos locais onde houve dois turnos nas últimas eleições
municipais, o limite será de 50%. Já para o segundo turno das eleições deste
ano, o teto fixado para as despesas corresponde a 30% dos 70% fixados para o
primeiro turno.
No caso de municípios com até 10
mil eleitores, o limite de gastos será de R$ 100.000,00 para campanha de
prefeito e de R$ 10.000,00 para vereador, sendo considerado como base o número
de eleitores existentes no município na data do fechamento do cadastro
eleitoral. Esses limites também serão aplicados aos municípios com mais de 10
mil eleitores sempre que o cálculo realizado do maior gasto declarado resultar
em valor inferior ao patamar previsto para cada cargo.
“Os valores constantes nas
tabelas serão atualizados monetariamente tendo como referência o período de
outubro de 2012 a junho de 2016. Esse cálculo será feito de acordo com a
variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ou por outro índice
que o substituir”, informa o assessor Eron.
As tabelas corrigidas serão
divulgadas por ato editado pelo presidente do TSE, cuja publicação deverá
ocorrer até o dia 20 de julho deste ano. Os interessados poderão consultar os
valores atualizados na página do Tribunal na internet.
Prestação de contas
No que se refere a prestação de
contas de campanha, as eleições deste ano contarão com uma série de novidades
implementadas pela Reforma Eleitoral 2015 e incorporadas à Resolução/TSE nº
23.463, que dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos por partidos e
candidatos.
A partir de agora, as prestações
de contas deverão ser feitas pelo próprio candidato e pelo partido, e não mais
pelo comitê financeiro. A versão anterior da Lei das Eleições (Lei nº
9.504/1997) determinava que, além do candidato e do partido político, o comitê
financeiro também prestasse contas.
Também estão proibidas doações e
contribuições por pessoas jurídicas a partidos políticos e campanhas
eleitorais, antes permitidas. A nova legislação estabelece que somente pessoas
físicas doem dinheiro ou valores estimáveis em dinheiro para campanhas
eleitorais, limitando-se a 10% dos rendimentos brutos auferidos pelo doador no
ano anterior à eleição.
As doações aos partidos em
recursos financeiros poderão ser feitas de três formas: por meio de cheques
cruzados e nominais ou de transferência eletrônica de depósitos, mediante
depósitos em espécie devidamente identificados e por mecanismo disponível no
site do partido que permita uso de cartão de crédito ou de débito,
identificação do doador e emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada
doação realizada.
A análise técnica da prestação de
contas será realizada de forma informatizada, com o objetivo de detectar:
recebimento direto ou indireto de fontes vedadas, recebimento de recursos de
origem não identificada, extrapolação de limite de gastos, omissão de receitas
e gastos eleitorais e a não identificação de doadores originários nas doações
recebidas de outros prestadores de contas.
Outra novidade trazida pela lei é
que o TSE e a Receita Federal deverão apurar anualmente o limite de doação.
Após consolidar as informações referentes ao exercício financeiro a ser
apurado, o Tribunal encaminhará as informações à Receita Federal, que fará o
cruzamento dos valores doados com os rendimentos da pessoa física. Havendo
indício de excesso na doação, a Receita comunicará o fato, até 30 de julho do
ano seguinte da apuração, ao Ministério Público Eleitoral, que pode apresentar
representação até o final do exercício financeiro.
“Essa modificação relativa ao
excesso das doações viabiliza algo que sempre foi muito difícil de ser
realizado pela Justiça Eleitoral, dada a rapidez dos fatos. Nós já anulamos
várias ações em que era evidente o excesso, pois o Ministério Público obteve a
quebra de sigilo sem autorização judicial. Agora não é mais necessária a quebra
de sigilo porque a análise no caso de indício de excesso no valor doado] está prevista
em lei”, explica o ministro Henrique Neves.
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