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Advogada pediu e pagou para ser morta

Advogada pediu e pagou para ser morta

 


Dia desses recebi a notícia de uma cliente, dizendo que certa feita, estava tão desgostosa da vida que passou a procurar na internet algumas formas de dar cabo de sua existência e se deparou na imprensa com a história de uma Advogada que tinha conseguido seu intento, porém o seu executor havia sido pego pela polícia e confessado o crime. Ele havia recebido a proposta de matar a própria contratante por 20 mil reais.

 

Incrédulo, eu pedi a íntegra da notícia para que pudesse ler, a qual passarei a narrar para conhecimento de nossos leitores:

 

Em 13 de junho de 2011, na cidade de Penápolis, a 479 km da capital, São Paulo, a Advogada Giovana Mathias Manzano, de 35 anos, deixou uma carta e último recado para sua mãe e para seu marido: "Mãe, adeus. Consegui o que queria. Di, sinto a sua falta... Desculpe, vou tentar ser feliz".

 

Giovana foi assassinada com três tiros, um na nuca e dois na cabeça, num canavial de Penápolis. A polícia investigou e concluiu que a vítima havia planejado sua própria morte. Familiares, amigos e colegas de estudos, não têm dúvida a respeito do acontecido, pois dias antes Dra. Giovana pediu a sugestão de pessoas “barra pesada” a familiares e estes se recusaram a ajudá- la em seu propósito. Eles sabiam que ela era uma pessoa triste, sofria de Síndrome de Borderline, transtornos psiquiátricos, instabilidade de humor, angústia constante e medo do abandono. Um primo que concedeu entrevista ao Jornal e pediu anonimato, disse: ela era adotiva e soube disso quando era adulta, que seu Marido, o Di, descrito na carta, no início deste artigo, havia pedido o divórcio. Di é Adriano Cavaglieri, que à época exercia a função de delegado de polícia em Cáceres – MT e após essa situação marital, Giovana entrou numa espiral depressiva. Com o tempo voltou a estudar, a ser feliz e fazer amigos, segundo relatos dos próprios amigos. Minutos antes de partir para a morte, rezou com uma professora no cursinho, mas disse um adeus frio às amigas. Uma delas pediu um abraço. A resposta foi: "Não posso. Tenho que ir".

 

Ela contratou o matador, pagou em dinheiro, escolheu o local do crime e a maneira como seria morta. Tudo após anos de luta contra a depressão. "Quis isso, não aguentava mais sofrer", escreveu.

Sem coragem para o suicídio, achou alguém para matá-la - um jovem "sem amor à vida" e já com histórico criminoso, segundo a polícia.

 

Um crime contra a vida é por natureza, algo que choca e gera comoção, e por conta dessa engenhosidade, algo incomum para a cultura brasileira, se tornou assunto principal à época dos fatos na cidade de 60 mil habitantes. Em depoimento ao Jornal, o Delegado Mauro Gabriel disse: "Em 23 anos de polícia nunca tinha visto nada parecido. Mas não há outra hipótese".

 

Wellington de Oliveira Macedo, assassino confesso, com 21 anos na época dos fatos, foi preso pela polícia após reunir todas as provas contra ele. Entre elas as pegadas no local do crime, que coincidem com o tênis apreendido na casa dele. Wellington contou à polícia que embora tivesse sido prometido R$ 20.000 (vinte mil reais), só havia recebido R$ 2.000,00 (dois mil reais) e que contou com a ajuda de um amigo para incendiar o carro da vítima.  

 

Aqui temos um típico caso de transtorno mental, assunto que requer atenção e acompanhamento médico e apoio familiar. Graças a Deus, nenhum dos familiares a ajudou em seu intento de tirar a própria vida, pois do contrário seriam enquadrados em auxílio, instigação ao suicídio, crime previsto no art. 122 do Código Penal. No aspecto criminal este é um caso homicídio qualificado.

 

Quanto à minha cliente, graças a Deus, ela continua viva, linda e forte, e desistiu da ideia de tirar a própria. Pelo vigor de suas palavras e brilho nos olhos, ela quer é viver até os 70 anos.

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D. Ribeiro é Advogado Criminal na capital – SP – Brasil.    

 

Fonte: GIBA BERGAMIM JR.

Folha de São Paulo 


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